Segundo
relatório feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep) com base
no desempenho dos alunos na Prova Brasil (avalia a qualidade do ensino
oferecido pelo sistema educacional brasileiro), apenas 17% dos alunos que
terminam o ensino fundamental tem o domínio da disciplina de matemática. As principais
dificuldades estão em resolver problemas envolvendo porcentagens e frações.
A falta de
empatia dos alunos pela matemática é conhecida. Cabe aos educadores facilitar e
dinamizar o ensino da matemática para que desde as séries iniciais, criem uma
identidade com a matemática, para que ela não se torne no futuro um “bicho de
sete cabeças”. O “insucesso” de alguns alunos na aprendizagem da matemática
pode estar ligado à insuficiência de base em assuntos anteriores, ou seja, o
aluno não consegue relacionar a informação recebida com algo real. O educador
precisa buscar maneiras de usar em sala de aula o conhecimento matemático
cotidiano.
Os números
são significativos no cotidiano da vida das crianças antes mesmo delas chegarem
à escola de Educação Infantil. Ela nomeia objetos usando as palavras: um, dois,
três..., realiza contagens despreocupadamente, cantarola numerais e muito mais.
A criança pequena estando em contato com os objetos irá montar seus próprios
brinquedos como: casinhas, castelos, estradinhas, jogos e etc. organizando suas
próprias regras, favorecendo a construção social e simbólica do número em seu
interior. As atividades de classificar brinquedos, objetos etc. é um passo
essencial para construir a noção de número, os professores devem auxiliá-los
para que percebam as semelhanças e diferenças, orientando-os com questões
diversas.
Segundo
Piaget, os conhecimentos necessários para se construir o conceito de números,
são os seguintes: conhecimento físico, conhecimento lógico-matemático e
conhecimento social. O primeiro diz respeito ao conhecimento de propriedades
físicas que estão nos objetos na realidade externa, como peso, tamanho, cor,
forma, características essas que podem ser notadas a partir da observação
direta de que um objeto. O conhecimento social está relacionado às convenções
estabelecidas pelas pessoas, de forma arbitrária e que são socialmente
transmitidas, de geração em geração. Como exemplo: as datas comemorativas, o
nome dado as coisas e objetos. E por fim o conhecimento lógico-matemático que
se diferencia dos outros por não poder ser ensinado e só estruturado pela ação
reflexiva a partir da manipulação dos objetos. Ou seja, permite que uma pessoa
estabeleça relações mentais entre eles, tais como: a sequenciação e seriação.
Desenvolver a
habilidade de seriar é importante, pois é deste modo que a criança aprende a
sucessão natural dos números. Ou seja, a criança só constrói o quatro depois do
um, do dois e do três, e depois do quatro constrói o cinco, o seis. O que
assegura a aprendizagem dos nomes numa determinada ordem é as informações que
as crianças recebem do meio social, mas também uma construção interior da
criança, no caso uma relação mental denominada seriação.
A sequenciação
é de fundamental importância para que se desenvolva o conceito de número. Pois,
na escrita dos numerais, a criança passa a perceber que o numeral 12 é
diferente do numeral 21, por exemplo, embora esses sejam formados pelos mesmos
algarismos. São diferentes porque procedem da sequenciação em que os algarismos
aparecem.
Cabe aos
educadores investigar e valorizar as formas de como os educandos pensam sobre
determinados objetos nas diversas etapas de suas vidas. A partir disso,
elaborar atividades diversificadas adequando-as as suas condições,
possibilitando assim a construção do conhecimento através de exploração física
e mental.
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