quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Possibilidades de intervenções que o professor deve fazer para uma criança que está no processo inicial da construção do conceito de número



Segundo relatório feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep) com base no desempenho dos alunos na Prova Brasil (avalia a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro), apenas 17% dos alunos que terminam o ensino fundamental tem o domínio da disciplina de matemática. As principais dificuldades estão em resolver problemas envolvendo porcentagens e frações.
A falta de empatia dos alunos pela matemática é conhecida. Cabe aos educadores facilitar e dinamizar o ensino da matemática para que desde as séries iniciais, criem uma identidade com a matemática, para que ela não se torne no futuro um “bicho de sete cabeças”. O “insucesso” de alguns alunos na aprendizagem da matemática pode estar ligado à insuficiência de base em assuntos anteriores, ou seja, o aluno não consegue relacionar a informação recebida com algo real. O educador precisa buscar maneiras de usar em sala de aula o conhecimento matemático cotidiano.
Os números são significativos no cotidiano da vida das crianças antes mesmo delas chegarem à escola de Educação Infantil. Ela nomeia objetos usando as palavras: um, dois, três..., realiza contagens despreocupadamente, cantarola numerais e muito mais. A criança pequena estando em contato com os objetos irá montar seus próprios brinquedos como: casinhas, castelos, estradinhas, jogos e etc. organizando suas próprias regras, favorecendo a construção social e simbólica do número em seu interior. As atividades de classificar brinquedos, objetos etc. é um passo essencial para construir a noção de número, os professores devem auxiliá-los para que percebam as semelhanças e diferenças, orientando-os com questões diversas.
Segundo Piaget, os conhecimentos necessários para se construir o conceito de números, são os seguintes: conhecimento físico, conhecimento lógico-matemático e conhecimento social. O primeiro diz respeito ao conhecimento de propriedades físicas que estão nos objetos na realidade externa, como peso, tamanho, cor, forma, características essas que podem ser notadas a partir da observação direta de que um objeto. O conhecimento social está relacionado às convenções estabelecidas pelas pessoas, de forma arbitrária e que são socialmente transmitidas, de geração em geração. Como exemplo: as datas comemorativas, o nome dado as coisas e objetos. E por fim o conhecimento lógico-matemático que se diferencia dos outros por não poder ser ensinado e só estruturado pela ação reflexiva a partir da manipulação dos objetos. Ou seja, permite que uma pessoa estabeleça relações mentais entre eles, tais como: a sequenciação e seriação.
Desenvolver a habilidade de seriar é importante, pois é deste modo que a criança aprende a sucessão natural dos números. Ou seja, a criança só constrói o quatro depois do um, do dois e do três, e depois do quatro constrói o cinco, o seis. O que assegura a aprendizagem dos nomes numa determinada ordem é as informações que as crianças recebem do meio social, mas também uma construção interior da criança, no caso uma relação mental denominada seriação.
A sequenciação é de fundamental importância para que se desenvolva o conceito de número. Pois, na escrita dos numerais, a criança passa a perceber que o numeral 12 é diferente do numeral 21, por exemplo, embora esses sejam formados pelos mesmos algarismos. São diferentes porque procedem da sequenciação em que os algarismos aparecem.
Cabe aos educadores investigar e valorizar as formas de como os educandos pensam sobre determinados objetos nas diversas etapas de suas vidas. A partir disso, elaborar atividades diversificadas adequando-as as suas condições, possibilitando assim a construção do conhecimento através de exploração física e mental.

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